Pelos Jardins...


E mais uma vez eu o encontro...
Oh sentimento inoportuno
Que insiste desmedidamente
Em se misturar às minhas agonias,
Ás minhas insanidades...
É visível como ao entardecer
Tenho me acostumado à solidão
Como uma vil criatura,
De coração blindado,
Acostuma-se a um abraço frio
Do seu ardiloso carrasco.
Mas pelos estranhos jardins
A vida me deu escolhas
E delas ficaram as flores.
Mas flores nem sempre
Personificam o bem ou a beleza...
Flores podem ser tristes...
Carregam perfume ou não;
Flores podem trazer dor,
Podem colorir o caminho
Ou figurar produto de venda
Nas ruas escuras
Nas mãos de um florista
Seco e sem sentimento.
Coroa triste esquecida,
Vazo ornado de memórias sombrias...
Flores são cíclicas e encantadas...
Vestem uma doçura branda
Que enganam aos primeiros olhos,
E afastam a realidade com uma cruz...
Que sejam eternas minhas flores mortas
Que meu manto de flores
Seja glorioso e não um fado
Cansado, falso, plástico...
Que as cores misturem-se,
E a fragrância seja perpetuada...
Que fiquem pétalas ao anoitecer
E de manhã o orvalho as cubra
Numa moldura nostálgica de inverno.

Rosas pro meu Bem Querer?
Não...
Minhas flores são girassóis
E eu as guardo pra você!


Lize

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