O Próximo Lance...



Xadrez! Um jogo para poucos. Um mundo estranho, caricata, com figuras marcadas, posições e funções pré-estabelecidas, a arte apurada dos diagramas mentais. Assim, para fazer sentido, o Xadrez precisa de um nível elevado de auto-conhecimento e execução e, claro, de um líder inteligente, perspicaz que saiba manipular ações, numa estratégia peculiar, certeira e sutil, levando o adversário ao ato falho, ao erro não perdoado. O “problema” de quem gosta de jogar Xadrez é o vício em aplicar, não só no tabuleiro, o talento da manipulação calculada, sedutora e fria. Eu diria TALENTO! Sim, envolver-se em um jogo milenar de exercício mental singular é para poucos porque é através dele que a relação poder e liderança se edifica e por que não dizer que diante de duas figuras concentradas, imaginando o próximo movimento do outro, estejamos também diante de um belo exercícios social? Poucos podem ser chamados de Líder. Já diria Maquiavel “o homem é o lobo do próprio homem”, outros já diriam: “Exagero! É só um jogo!”. Contudo, a idéia maniqueísta da vida pode se aplicar a um jogo naturalmente, e neste caso, o Xadrez seria o grande pilar com seus lados convenientemente antagônicos. A mente humana (MA-QUI-A-VÉ-LI-CA) esconde motivações ainda inóspitas para o entendimento de muitos estudiosos, mas é certo que trazer enigmas de um “mero” joguete para a realidade sem fim, já atraiu muitos para o precipício ou, num outro caso, já entregou o mundo nas mãos de certos privilegiados. Privilegiados que fazem dos seres ao seu redor frágeis pecinhas, personagens nada eloqüentes da Arte da Indução, isto é, indivíduos que irão realizar, sem nem mesmo sentir, a satisfação caprichosa e planejada daquele jogador, o Mestre! Aquele capaz de prever todas as possíveis jogadas de quem ainda em um lapso de pensamento se iludia em proteger seu Peão! A passos lentos, verticalmente calculados, o jogador que lidera é o algoz, aquele que explora a mente do desconhecido, poder ludibriar e raptar o lance do outro para um propósito final muito maior é a motor da vez. No mundo do Xadrez Humano é fácil se acostumar com seu sentido desafiador da manipulação para conseguir o Xeque-Mate! O Rei em sua posição aparentemente bem guardada de repente é só mais uma conquista, mais uma peça frágil que agora se transforma em súdito. Depois da “morte” o suspiro da derrota sem dor.
Aos grandes mestres da manipulação dedico o texto de hoje, sim! Faço reverência a sua habilidade de jogar com a mente do outro sem ao menos deixar rastros, numa espécie de crime perfeito, que envolve dos dois lados “iguais” assassinos numa revanche de vida na qual o Fim simboliza a Glória!
Não é a toa que os grandes líderes, que monopolizavam verdadeiros impérios, eram máquinas de jogar Xadrez, especialmente o Xadrez ridiculamente Humano.

by Lize

Comentários

  1. Num certo momento vc é o algoz.
    Em outro vc é a marionete.
    Tudo é relativo!

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