A Medusa
Enquanto escrevo, ele passa,
Zomba, sorri e me distrai...
O Tempo indelegável;
O Tempo é a Medusa em pavor...
Mostro ardiloso,
Filho do Acaso,
Não por opção, mas convenção.
Caminha a Górgona Mortal,
Que tem no lugar dos olhos
Duas lanças genuínas,
Que na infelicidade
Quem mira emudece em Pedra;
E da Efemeridade faz seu platô.
Guarda o covil entre os cabelos
E a escuridão na face.
Olhar devastador que petrifica,
Aplica o concreto sobre o destino.
Campo e concentração;
Vertigem, gesto irreversível.
O Leite Derramado...
O Tempo é tirano, inexorável, mesquinho;
Irônico!
Quem pensa no Tempo
Dele se escraviza;
Quem pára no Tempo
Nele sucumbe, estagna em dor;
Quem vive de Tempo
Faz da Ampulheta sua cruz;
Cerre os olhos ao enfrentar o Monstro,
Esqueça o medo, aceite o sacrifício.
Faça do Monstro seu aliado.
Dialogue com o Tempo.
Sorria com as víboras a dançar na cabeça,
Sorria ao ouvir o sibilar de horror,
Edifica teu reino nos gestos sutis,
Falsos, insanos, incrédulos.
Faz do Monstro horrendo
Transformação e súdito
Que aplica ao dia
Ternos e novos valores;
Que te entregue VIDA
Na hora, minuto e segundo!
by Lize
palavras que são um torpedo...
ResponderExcluira dizimar a estreiteza que assola o mundo...
avançam e açoitam num arremedo...
transformam o lugar-comum em moribundo...
A pior coisa ---> deixar a vida me levar.
ResponderExcluirEntão, por que nasceste?
Sim O tempo... coisa que o homem inventou. Que belo poema, que belo pensar. A escolha das palavras, a temporalidade do tempo. Genial!!! Adorei o desfecho: " Que te entregue VIDA
ResponderExcluirNa hora, minuto e segundo! "Que te entregue VIDA
Na hora, minuto e segundo!"
E antes que me estarreça, te aplaudo de pé!
Abraços, Dil.